CREDORES DA GOCIL CONVOCADOS PARA ASSEMBLEIA DIA 17/9
12 Set
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A etapa mais importante do processo de RECUPERAÇÃO JUDICIAL do Grupo Gocil (Gocil Vigilância, Gocil Serviços, Washington Cinel e outros) acontecerá no próximo dia 17 de setembro. O Juízo de Direito da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível do Estado de São Paulo está convocando todos os credores do Grupo Empresarial para ASSEMBLEIA GERAL no dia 17 de setembro de 2024, às 10hs para “deliberar sobre a aprovação, rejeição ou modificação do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela devedora”.
Em verdade no dia 17 é a segunda convocação, uma vez que não houve quórum no grupo de credores trabalhistas (empregados credores da empresa) na 1ª Convocação chamada para o dia 27 de agosto passado. No dia 17, entretanto, a Assembleia deliberará com qualquer número de participantes.
A deliberação e a verificação do quórum é por grupo de credores. Estes estão classificados, principalmente, como trabalhistas, quirografário, garantia real.
7.408 TRABALHADORES TÊM CRÉDITOS A RECEBER
No processo estão relacionados 7.408 trabalhadoras e trabalhadores com créditos a receber da Gocil, sendo 4.348 da Gocil Vigilância e os demais são, principalmente, da Gocil Serviços (Veja a lista)
QUAL A PROPOSTA DA EMPRESA PARA PAGAR AOS TRABALHADORES?
No plano de recuperação apresentado ao Juízo a empresa apresenta duas opções para o pagamento dos créditos dos trabalhadores (trabalhista):
• OPÇÃO 1 – Pagamento de 50% do crédito, limitado a 150 salários mínimos, parcelado em até 12 (doze) vezes a contar da homologação do plano;
Os créditos de natureza estritamente salarial, também com deságio de 50% e até o limite de 5 (cinco) salários mínimos por credor, pagos em até 303 dias a contar da homologação do plano.
• OPÇÃO 2 – Pagamento do credito em 5 (cinco) anos, sem deságio. Nesta opção estão incluídas verbas rescisórias.
Conheça o resumo do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela Gocil na página da CNTV (Clique Aqui)
COMO SE HABILITAR PARA PARTICIPAR E VOTAR NA ASSEMBLEIA?
Segundo o Juízo a Assembleia será virtual, através da plataforma Assemblex (https://lindosoearaujo.assemblexvirtual.com.br, sendo necessário que o credor ou seu representante realize o cadastramento prévio. Portanto o trabalhador/credor pode participar diretamente, indicar procuradores ou autorizar o seu Sindicato.
O passo a passo para se habilitar é:
1) Confirmar o nome na lista de credores;
2) Realizar o pré-cadastramento pelo e-mail [email protected] até as 10hs do dia 16/09/24. No ato do credenciamento o credor deve informar o Nome, Classe, CPF, e-mail, nº telefone celular;
3) Outras orientações com os procedimentos para admissão e participação no dia da Assembleia, (veja Aqui)
NOSSA OPINIÃO – As histórias de recuperação judicial de empresas de prestação de serviços e terceirização, notadamente de empresas de segurança e vigilância, sempre carregaram uma nuvem de desconfiança de armação, com o trabalhador perdendo seus direitos e pagando a conta da irresponsabilidade empresários inescrupulosos, gananciosos, desonestos. Poderia até ser tachados de incompetentes, mas não é o caso, pois estes saem do caso com o patrimônio pessoal e o bolso preservado e bem robusto. Em Goiás e Pernambuco acompanhamos os exemplos mais retumbantes no setor de vigilantes. O caso de Goiás o empresário fugiu da responsabilidade com um “cofre de barras de ouro”.
Outros, menos refinados, optam pela famosa “quebrança” na cara de pau mesmo.
O caso GOCIL não foge à regra. O empresário “arrota caviar” o tempo todo, vendeu prestigio e poder no governo Bolsonaro, inclusive realizando o famoso jantar para o tal presidente na sua mansão, atraindo parcela da elite empresarial paulistana. Neste interim toma milhões e milhões emprestados nos bancos, o ultimo, de cerca de 500 milhões no Banco do Nordeste, banco público, por sinal, oferecendo como garantia contratos e créditos das empresas de Vigilância e Serviços. Não consegue pagar, alega uma dívida acumulada de 1bi e 700 milhões e aí pede recuperação judicial na Vara de Falências, na intenção de pagar aos credores menos da metade desta dívida, em longos parcelamentos (para os trabalhistas a opção de 5 anos, mas para outros credores as opções chegam a 12 anos).
As duas opções para os trabalhadores não cruéis e criminosas. Imagine abrir mão de metade do seu salário para o patrão.
Na nossa opinião o voto na Assembleia do dia 17 é NÃO AO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
Temos de dizer um basta a esta indústria de rasteira nos trabalhadores.
O dono da Gocil tem patrimônio para pagar integralmente os seus direitos.
Há poucos meses flagramos a farra, o rega-bofe que faziam na Feira de Segurança em São Paulo. Tudo isto com o trabalhador pagando a conta.
NÃO AO PLANO DA GOCIL.
Jose Boaventura – Presidente da CNTV