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O que divide lideranças sindicais (é preciso ser dito) – II Mais empresas estrangeiras ou só as três privilegiadas?

24 Nov

Outro tema que divide algumas das lideranças dos sindicatos de vigilantes no país é o debate que se realiza neste instante no Congresso Nacional, no bojo da proposta do novo Estatuto da Segurança Privada: mais empresas de segurança estrangeiras ou somente as três de hoje:

A norte-americana Brinks e a espanhola (era argentina) Prosegur, que entraram no país na época da ditadura militar, e a G4S, que entrou há cerca de três anos por meio de um “arranjo” questionável do Ministro da Justiça. 

O que a Comissão Especial da Câmara aprovou na proposta de Estatuto e vai à votação no plenário e depois no Senado foi o fim das barreiras para novas empresas estrangeiras. Isso apesar de todo o esforço, lobby e “investimentos” diretos da Prosegur contra a concorrência de outras empresas estrangeiras.

A CNTV já se manifestou favorável ao fim das barreiras e a abertura para outras empresas estrangeiras, até porque temos visto dentro e fora do Brasil que não são tão diferentes das nacionais. São tão desumanas e desleais (ver as praticas da Prosegur e Brinks no Brasil e América Latina, com históricos e denúncias de agressão aos direitos humanos e à dignidade dos trabalhadores, compra de dirigentes sindicais, etc.) quanto as nacionais.

Pela CNTV nos globalizamos, nos afiliando e sendo eleitos para cargos dirigentes na UNI GLOBAL UNION, entidade que agrega categorias de serviços, inclusive vigilantes de todas as partes do mundo. Junto com os dirigentes e trabalhadores internacionais temos visto que o capital é igual em qualquer parte e que em todas as partes o remédio também é o mesmo: unir os trabalhadores, organizar e lutar.

Mas, do outro lado, há um grupo bem raivoso de lideranças dos vigilantes que vem defendendo a mesma posição da Prosegur: portas fechadas para qualquer outra empresa e nenhuma palavra sobre o violento domínio do mercado por estas empresas e seus dólares e euros fáceis. Para esses, o capital parece ter cores mais humanas em alguns lugares (amarelas, talvez). Isso explica a mesma defesa que faz a Prosegur e as outras estrangeiras no país. 

Ora, o que a lei deve assegurar é o controle do estado sobre todas as empresas (nacionais ou não), regras e instrumentos fortes de respeito às leis e a democracia e a garantia dos nossos direitos, principalmente contra o calote e as práticas indignas e desumanas. Abre para todas ou fecha para todas.

Isso nos divide. Da nossa parte, estamos a favor dos trabalhadores: controle do estado sobre todas as empresas, respeito às leis e à democracia e proteção contra calote e práticas indignas e desumanas, seja de empresas nacionais ou estrangeiras.

Brasília, 24 de novembro de 2015

José Boaventura – Presidente da CNTV e do Sindvigilantes-Bahia, Membro do  Comitê SP-Uni Global Union

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