Reajustes salariais e outros benefícios atrasados empurraram os vigilantes da Ipanema que prestam serviço a cinco regiões do Distrito Federal (DF) para a greve. De braços cruzados desde segunda-feira (27), os trabalhadores entram no segundo dia de paralisação e garantem que só retornarão às atividades quando a empresa pagar o que deve.

                Por culpa da irresponsabilidade da empresa e do Governo do Distrito Federal (GDF) a população de Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Guará já está há dois dias sem atendimento médico. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF), Paulo de Quadros, tanto a Ipanema quanto o GDF têm responsabilidades neste caso. “A responsabilidade de pagamento de salário é da empresa e o trabalhador não tem culpa se o GDF não pagou, mas isso não exime o Governo de sua responsabilidade, pois está sendo conivente com a situação, não tendo se manifestado para resolver o problema”, afirmou.

                Com a paralisação, hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ficaram com atendimento prejudicado. Exames e visitas foram suspensos e só devem ser retomados com o fim da greve. Em cumprimento à legislação, 30% do efetivo permanece nos postos.

                Além do retroativo da data-base, a empresa ainda não pagou o adicional noturno de dezenas de vigilantes e vem atrasando as verbas referentes às férias em até 20 dias, quando deveria pagar no máximo em 48 horas antes do início deste período. Também está desrespeitando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) fracionando o pagamento do tíquete refeição – que deveria ser feito em parcela única.

                “O que queremos de imediato, é que a diferença dos salários e o adicional noturno sejam pagos. Depois, precisamos de um compromisso da empresa em não mais atrasar o pagamento das férias e uma data para quitar as horas extras e cobertura de férias que estão pendentes”, explicou Quadros.