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Alagoas discute medidas para combater onda de ataques a bancos

24 Mar

O secretário de Estado da Defesa Social (SEDS) de Alagoas, Eduardo Tavares, promoveu nesta quarta-feira (19) uma reunião com autoridades e representantes da Contraf-CUT, Sindicatos dos Bancários e dos Vigilantes e da Febraban, discutindo medidas para enfrentar a nova onda de ataques a bancos no Estado. O encontro foi realizado no salão de despachos do Palácio Floriano Peixoto, em Maceió, com duração de mais de três horas.

Tavares, que é também o presidente do Conselho de Segurança Pública do Nordeste (Consene), disse que está muito preocupado com o crescimento de ações criminosas contra instituições financeiras na região. Segundo reportagem publicada pelo UOL na terça-feira (18), houve 155 ataques contra bancos em sete estados nordestinos desde o início deste ano. Alagoas aparece em terceiro lugar, com 25 ocorrências - muitas com utilização de explosivos -, o que representa o mesmo número de casos de todo o primeiro semestre do ano passado.

O diretor da Contraf-CUT e coordenador de Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, fez uma apresentação, mostrando dados das últimas pesquisas da entidade, feitas em parceria com os vigilantes e com apoio técnico do Dieese. "Além de aumento dos ataques, apuramos 65 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2013 em todo o país, na sua maioria clientes, vigilantes e policiais", frisou.

Ademir denunciou que, apesar de desatualizada, os bancos vêm descumprindo a lei federal nº 7.102/83. "Prova disso é que eles foram multados em R$ 24,3 milhões em 2013 pela Polícia Federal, durante as reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada(Ccasp)", destacou. Além do respeito à legislação e mais investimentos dos bancos, ele defendeu a ampliação das leis municipais, a elaboração de um projeto de lei estadual e a criação de um grupo de trabalho de segurança bancária no âmbito da SEDS, com a participação das polícias, bancários, vigilantes, bancos, Ministério Público e Procon.

O presidente do Sindicato dos Bancários, Jairo França, apontou o descaso e a irresponsabilidade dos bancos na segurança. "Eles não fazem a sua parte, na medida em que, apesar dos altos lucros, muito pouco investem na prevenção de assaltos e sequestros, colocando em risco a vida de trabalhadores e clientes e dificultando a atuação da segurança pública", salientou. "Além disso, as novas agências de negócios do Itaú e os postos de atendimento avançado do Bradesco não possuem segurança", denunciou.

Já o presidente do Sindicato dos Vigilantes, José Cícero Ferreira, alertou para a necessidade de ampliar as medidas de segurança. Ele relatou que várias agências eliminaram o "rendeiro", o vigilante que faz a rendição no horário de almoço, contrariando a legislação federal que exige no mínimo dois vigilantes em cada estabelecimento bancário e aumentando o risco para bancários e clientes. Cícero defendeu a contratação de mais vigilantes, dentre outras ações.

Os delegados da Polícia Federal e os coronéis da Polícia Militar e da Polícia Civil, assim como os procuradores do Ministério Público e os representantes do Procon, também não pouparam críticas à postura dos bancos. Eles cobraram a ampliação dos equipamentos de segurança e o respeito às leis, incluindo as municipais que tratam da instalação de portas giratórias, câmeras com monitoramento em tempo real e biombos (tapumes) entre as filas e os caixas. Os policiais também defenderam melhoria nas ações estratégicas de inteligência.

Além das críticas, os presentes questionaram a ausência de um diretor da Febraban, uma vez que a entidade dos banqueiros, mesmo diante da onda de ataques, enviou somente um representante, que se limitou a defender os bancos, dizendo que os estabelecimentos cumprem a legislação federal, nada propondo para enfrentar o aumento da violência no Estado.

Ao final, o secretário formou dois grupos de trabalho para estudar ações concretas e urgentes diante das propostas discutidas, a fim de combater as ações criminosas no Estado. Ele também disse que vai convocar a diretoria da Febraban para que venha participar da próxima reunião do Consene, a ser realizada nos dias 8 e 9 de maio, em Maceió, onde o problema dos ataques a bancos no Nordeste estará em pauta. " O nosso foco é preservar a vida humana", ressaltou Tavares.

Fonte: CUT 

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