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Banco do Brasil demite vigilantes e coloca clientes e funcionários em risco

22 Mar

Parece não ter limites a ganância da diretoria do Banco do Brasil. Não bastassem as demissões imotivadas de colegas bancários, agora resolveram cortar custos partindo para a segurança, colocando em risco funcionários, clientes e usuários. Somente em Brasília, mais de 90 vigilantes já foram demitidos. O planejamento divulgado nesta quarta-feira (20) prevê que esse número passe de 200 só no DF. As demissões devem atingir todo o país, reduzindo as despesas do banco com segurança em até 12%.

A diretoria já enxugou os quadros de vigilantes nos prédios administrativos e agora está partindo para as agências. Onde trabalhavam 5, agora estão apenas 3; onde ficavam 3, o número caiu para 2. Trabalhadoras e trabalhadores, mães e pais de família, alguns faltando apenas um ano para se aposentar, estão sendo empurrados para o desemprego por uma diretoria que, ao mesmo tempo em que demite, coloca vidas em risco.

“A ordem do presidente do banco é reduzir custos para disputar lucros com os bancos privados”, apontou o secretário de Finanças do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF), José Maria de Oliveira.

Segundo o secretário Geral do Sindesv-DF, Moisés Alves da Consolação, apesar das constantes denúncias, nada tem sido feito. “A Polícia Federal não tem se importado com os planos de segurança dentro das agências. Já denunciamos à PF, Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp), Ministério da Fazenda, Presidência da República e até agora nada foi feito”, disse Moisés. “A segurança do Banco do Brasil está às traças”, denunciou.

“Demissão é uma política equivocada”

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, a política de demissões adotada pelo Banco do Brasil é completamente equivocada. “O banco está agindo em contrariedade com seu papel social, demitindo para atingir lucros cada vez mais altos. O Banco do Brasil tem responsabilidade social e essa diretoria está indo na contramão”, apontou.

Boaventura afirma ainda que o banco está tomando atitudes contrárias às diretrizes do governo Dilma. “O que temos visto até agora é a geração de empregos como base da pirâmide do governo da presidente Dilma. O Banco do Brasil está na contramão dessa política também”, afirmou.

Para o secretário de Imprensa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão Nacional de Segurança Bancária, Ademir Widerkehr, ao reduzir gastos com segurança o banco mostra que encara isso como custo, quando na verdade é investimento, proteção da vida das pessoas. “O que o banco está fazendo é um absurdo! Estão demitindo trabalhadores deliberadamente, e nada disso foi discutido com o movimento sindical”, lamentou.

“O BB deveria abrir o processo de negociações não só para plano de funções, mas também para segurança. É um dos maiores bancos do país e é referência, por isso precisa investir cada vez mais, e não cortar gastos com coisas de fundamental importância como a segurança”, destacou Ademir.

Banco do Brasil investe pouco em segurança

Em estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da subseção Contraf-CUT/SP, mostrou que o Banco do Brasil investiu apenas 6,9% do seu lucro líquido de 2012 em segurança – R$840 milhões dos mais de R$12 bilhões de lucro.

O Banco do Brasil fica atrás da Caixa Econômica Federal, que investiu 11,3%; do Santander, com 8,8%; e do HSBC, que direcionou 8,5% de seu lucro líquido para a segurança. “Nada justifica essas demissões!”, afirmou Boaventura.
O Sindicato dos Vigilantes do DF já procurou o banco para discutir o assunto, mas ainda não obteve resposta.

Mortes

Somente em 2012, 54 pessoas morreram vítimas de assaltos a bancos no Brasil. Foram funcionários, clientes, usuários, vigilantes e policiais que pagaram com suas vidas por um sistema de segurança bancário falho. “Essa ganância do banco, essa vontade de obter lucros a qualquer custo, tem trazido consequências para todos”, afirmou Moisés.

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