Uma das maiores empresas de segurança privada do país, a qual realiza a escolta armada e o transporte de dinheiro, foi multada em 800 000 reais por descumprir o Programa Menor Aprendiz. Segundo a legisla­ção, todas as companhias com mais de sete funcionários são obrigadas a admitir de 5% a 15% de aprendizes. Enqua­dram-se nessa categoria jovens entre 14 e 24 anos. Ocorre que firmas de segurança seguem uma legislação própria e só po­dem admitir maiores de 21 anos, aprovados em cursos de preparação autorizados pela Polícia Federal. A empresa multada tem 9% de funcionmrios com idade entre 21 e 24 anos. No setor, 6% do quadro de pessoal está nessa faixa etmria. Mas, para os fiscais do Ministério do Trabalho, não é o bastante. Eles querem que as empresas contratem menores para a área administrativa ­em que os seguranças transi­tam armados livremente. Espe­cialistas ouvidos por EXAME dizem que a natureza da ativi­dade é incompatível com o de­senvolvimento psicológico e moral dos adolescentes. No Brasil, até as armas de brinque­do são controladas. Réplicas são proibidas e menores só po­dem ter contato com produtos coloridos, de formato e tama­nho diferentes dos originais. É uma maneira de evitar que os jovens façam da violência algo lúdico e corriqueiro. O Minis­tério do Trabalho parece ter esquecido o princípio educati­vo de que a exposição a revólveres não é brincadeira.