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Na mira das milícias

01 Nov

Com o aumento da criminalidade por todos os bairros da capital, seguranças clandestinos se aproveitam para amedrontarem comerciantes e oferecer serviços particulares sob alegação de garantir a segurança patrimonial.


O pior de tudo é que essas empresas de segurança normalmente são comandadas por policiais civis e militares, que têm por dever, fazer a segurança de toda a cidade sem cobrar nada.

Essa realidade se espalha por vários bairros, desde os mais nobres, aos periféricos. O preço do serviço varia de R$ 30 até R$ 400 mensal e quem não pagar, poderá sofrer várias consequências, inclusive, assaltos encomendados. A

pesar do Jornal o Globo ter feito um levantamento baseado em dados fornecidos pelos Ministérios Públicos e Ouvidorias da Polícia, que revelam que Salvador existe 12 bairros do Subúrbio chefiados por grupos milicianos, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) negou a existência de milícias, porém, confirmou a presença de seguranças clandestinos, que exploram comerciantes há alguns anos.
Diante desse assunto, abre uma discussão sobre o significado de milícia.

No dicionário, milícia é a designação genérica das organizações militares ou paramilitares compostas por cidadãos comuns, armados ou com poder de polícia que teoricamente não integram as forças armadas de um país.

No Rio de Janeiro, as milícias são grupos que controlam várias favelas. São formadas por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciários e militares, fora de serviço ou na ativa. Muitos milicianos são moradores das comunidades e contam com respaldo de políticos e lideranças comunitárias locais.

No caso daqui de Salvador, a SSP descarta infiltração de milícias e o pior de tudo é que temendo represálias, os comerciantes não denunciam esses casos de extorsão e pagam sem pestanejar. Em algumas ruas da Barra, Pituba, Itaigara, Caminho das Árvores, Ondina, Rio Vermelho, donos de restaurantes, salões de beleza, clínicas de estética, mercadinhos, pizzarias, lojas de roupas dentre outras, são obrigados a pagar. Os próprios donos de negócios sabem que à frente da segurança clandestina, estão policiais. A máfia tem até empresa fantasma com CNPJ e muitas com sede na Estrada do Coco.

Uma empresária que não se identificou contou que há um ano resolveu abrir uma loja na Avenida Manoel Dias da Silva e nem bem tinha se mudado e um policial chegou até ela para oferecer o serviço. “Eu fiquei chocada, pois já estava contratando uma empresa de segurança privada ativada por meio de alarme.

Fiquei receosa com o tom de voz ameaçador do policial que disse que para ter garantia de segurança 100% era melhor pagar a segurança policial do que o sistema de alarme, uma vez que o bairro é muito visado e tem muitos assaltantes”, ressaltou.

A empresária disse que pesquisou pela área e todos os comerciantes disseram que pagam. “Eles queriam cobrar R$ 300, mas pedi para fazer R$ 200, pois estava começando”.

Um dono de um restaurante também na Pituba revelou que além de pagar a segurança clandestina da rua, ainda disponibiliza refeições para alguns policiais. “Eu prefiro pagar e saber que os meus clientes estão protegidos. O que adianta não pagar e poder sofrer constantes assaltos e perder minha clientela”, falou o proprietário, que pediu para não ser identificado.

No final de linha do bairro de Plataforma, os comerciantes são obrigados a pagar pelo serviço. Alguns donos de comércios apenas confirmaram que pagam a segurança, mas não quiseram entrar em detalhes sobre o esquema.

O valor varia de R$ 30 a R$ 80, a depender do tamanho do empreendimento. Os seguranças clandestinos que são destinados a fazer a vigilância das ruas e dos comércios não possuem armas e nem certificados de vigilante. Eles são escolhidos pelos policiais para trabalhar vigiando os locais e se constatar algum suspeito rondando pelas ruas, imediatamente eles acionam a polícia da área que é o “cabeça” do esquema.

Além dessa garantia, as ruas e avenidas chefiadas pelo comando, têm privilégios da presença das viaturas da polícia fazendo ronda várias vezes no dia.

Por nota a SSP informou que desconhece a existência de atuação de milícias na Bahia e, especialmente, em Salvador, como veiculado, nos últimos dias, por parte da mídia. Não descarta, entretanto, a possibilidade de grupos de segurança clandestinos, integrados por policiais e ex-policiais, atuarem no estado, embora ressalte que estas organizações são investigadas pela autoridade competente – a Polícia Federal –, sempre com o apoio irrestrito da SSP.

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