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Assalto em Parnamirim-RN: Envolvimento de PMs é investigado

08 Set

Uma das linhas de investigação seguidas pela Polícia Civil aponta para uma possível participação de policiais militares no assalto a um malote no Banco do Brasil de Parnamirim ontem à tarde. Fontes na própria Polícia Militar citaram a possibilidade, confirmada pelo delegado geral da Polícia Civil, Fábio Rogério, e pelo titular da Delegacia de Furtos, Márcio Delgado. As suspeitas são motivadas pelas circunstâncias do assalto. Segundo Márcio Delgado, trata-se de uma das linhas de investigação, mas ainda não há nada concreto a esse respeito.


alex fernandes




Delegado geral Fábio Rogério confirma linha de investigação


Entre as circunstâncias apontadas pela Polícia Civil estão a ousadia do assalto, a proximidade com o 3o. Batalhão, que fica ao lado do Banco do Brasil, e a existência de informações privilegiadas. Aparentemente, os assaltantes - suspeita-se de cinco participantes até o momento - sabiam com antecedência que naquele momento o batalhão estaria vazio. Outras informações dão conta que a proximidade com o batalhão possibilitaria uma observação mais detalhada da rotina de entrega do malote. Estima-se que além dos R$ 90 mil recuperados, havia R$ 50 mil no malote, mas essas informações ainda não foram confirmadas pela empresa responsável pelo depósito do dinheiro.

As investigações ainda estão no início. A Polícia não confirmou a quantidade exata de participantes e nem a procedência do grupo. Um dos participantes, preso na noite do assalto e levado ao Hospital Deoclécio Marques, se chama José Sousa da Paz e, segundo os documentos anexados à ficha do hospital, é do estado do Ceará. Há fortes indícios de que todo o bando é do Estado vizinho, principalmente porque as placas dos carros usados inicialmente no assalto são do Ceará. José Sousa da Paz ainda não foi ouvido pela Polícia e, segundo Márcio Delgado, "não há previsão para que esse depoimento seja realizado".

Já os demais envolvidos, o vigilante da empresa que receberia o malote, cujo nome não foi divulgado, e o soldado Anderson Carlos dos Santos, além de outras testemunhas, começaram a ser ouvidas ontem. O delegado Márcio Delgado não disse com exatidão quais já tinham prestado depoimento. "Começamos a ouvir testemunhas e coletar provas, mas eu prefiro não adiantar nada nesse momento para não comprometer a investigação", disse.

As diligências para prender o restante do bando continuaram ontem, mas não houve sucesso. O coronel Franciso Araújo, comandante da PM, disse que a busca continua, mas não informou quais as principais áreas a serem monitoradas e nem os recursos para preservar a investigação, que está sendo realizada em parceria pelas duas polícias.

Ontem foram recuperados alguns dos veículos utilizados na fuga dos assaltantes, um deles na cidade de Lajes. Um Uno Mille branco foi perseguido por uma viatura da Polícia Rodoviária Federal e abandonado na entrada da cidade após a fuga dos bandidos pelo matagal, de acordo com o inspetor Morais, da PRF.

Além do Uno Mille, foram recuperados um Ford Ecosport e uma motocicleta Honda Fan, também utilizados na fuga. Os veículos foram recolhidos à Delegacia de Parnamirim.

Assalto parou centro de Parnamirim

Uma quadrilha assaltou, na tarde da última segunda-feira, o carro de uma rede de farmácias que transportava dois malotes para o Banco do Brasil. Dois policiais à paisana, que faziam a segurança do malote, trocaram tiros com os assaltantes e um deles, o cabo Francisco Osmar dos Santos, de 48 anos, morreu. Os assaltantes fugiram, alguns a pé e outros em carros, sendo que apenas um foi preso. José Sousa da Paz está no Hospital Deoclécio Marques. Após uma cirurgia para retirar a bala que o atingiu, José Sosa não tem previsão de alta, segundo a Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Saúde.

Além dos dois policiais, um dos vigilantes da empresa estava no carro que depositaria o malote. Antes mesmo de descerem do veículo, foram surpreendidos pelos bandidos e começou o tiroteio. Todos os ocupantes do carro que levava o malote foram feridos, mas somente o cabo Francisco Omar faleceu. Os outros dois foram levados ao Hospital Deoclécio Marques e passam bem. Francisco Omar foi enterrado ontem à tarde em Parnamirim. De acordo com informações levantadas pelos policiais, o bando escondeu os rostos durante toda a ação e fugiu separadamente.

O comandante da PM, Francisco Araújo, classificou o transporte de valores como "clandestino" pela forma como foi feito. Por ser em carros de pequeno porte e sem uma maior estrutura de segurança, o transporte "clandestino" é desaconselhado pela PM. A "ousadia" do assalto chamou a atenção dos policiais militares.

Bate-papo

» Francisco Araújo, coronel comandante da PM

Os policiais à paisana que defenderam o malote estavam prestando serviço a uma empresa, fazendo um "bico", como isso é conhecido. Há ilegalidade?

Não. Eles estavam de folga e não há nada que contrarie o fato de eles prestarem serviços informais durante a folga. A legislação proíbe vínculo empregatício com qualquer empresa. Mas não há impedimento quanto a um trabalho informal lícito, como era o caso.

Por isso, não há por que a PM tentar coibir esse tipo de prática?

Sim, como eu falei, não há impedimento, desde que a atividade exercida seja lícita. O policial está unicamente procurando melhorar a sua própria condição de vida e da sua família. É preferível que ele pratique uma atividade lícita do que se envolva com práticas fora da lei.

Existe a informação de que uma das linhas de investigação aponta para a participação de policiais militares. O que o senhor acha disso?

Se houver, a PM irá colaborar com todos os esforços para identificar e responsabilizar os culpados. Faremos todo o possível para ver essa questão elucidada.

Por conta das circunstâncias, o senhor acredita na possibilidade dessa participação?

Eu acho que a Polícia Civil terá toda a possibilidade de resolver esse crime, até porque um dos participantes do assalto foi pego, está no Hospital. A partir disso, a Polícia terá total condição de chegar aos demais participantes.

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