Gláucio Nogueira / Da Redação
Poxoréu (251 km ao sul da Capital) foi palco do 4º assalto a banco na modalidade "Novo Cangaço" em 10 dias. Pouco depois do meio-dia desta terça-feira, o bando composto por cerca de 6 a 8 bandidos invadiu a agência do Banco do Brasil da cidade e levou o dinheiro dos caixas, valor não revelado pelo banco. Fortemente armados, os assaltantes fizeram reféns e, na fuga, balearam uma senhora no tórax. Internada, a vítima, que não teve a identidade revelada, passou por cirurgia e está em estado de observação no Hospital Regional de Rondonópolis (212 km ao sul da Capital).

Logo após o assalto, integrantes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), do Grupo de Operações Especiais (GOE), do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da PM de Rondonópolis além de 2 helicópteros se deslocaram para o trabalho de buscas. Há cerca de 10 quilômetros da cidade, em uma estrada com destino a Juscimeira (157 km ao sul de Cuiabá), os policiais encontraram uma caminhonete supostamente usada para a fuga. Durante a perseguição, uma viatura chegou a capotar, ferindo levemente 3 policiais.

O trabalho de localização dos bandidos está sob o comando do coronel Valdivino Pimentel, chefe do Comando Regional 4, de Rondonópolis, que organizou barreiras nas estradas que ligam a cidade aos municípios vizinhos. O alto número de assentamentos na região é fator complicador para a Polícia.

Durante a tarde, a pacata cidade de 17,6 mil habitantes viveu momentos de terror. Os 3 policias militares nada puderam fazer para evitar a ação do bando. Vários tiros foram ouvidos, como atesta Elenice Souza, que trabalha em um hotel nas proximidades do banco. Conta que a filha, de 13 anos, estava na agência na hora do assalto. Sem titubear, Elenice correu em direção ao assalto, mas não chegou ao local. A filha seria levada como refém, mas pediu aos assaltantes que a deixassem, os demovendo da ideia. "Graças a Deus minha filha está bem. Na hora foi uma loucura e nem pensei no risco".

Para o delegado titular da GCCO, Flávio Henrique Stringueta, o bando é o mesmo que tentou o assalto às unidades de Poconé (104 km ao Sul da Capital ) e Paranatinga (373 km ao Sul da Capital), neste mês. Ressalta que o grupo, que dispensou o uso de explosivos no roubo, é composto por pessoas de outros estados, sempre no comando da operação, em parceria com criminosos de Mato Grosso, por conhecerem a região e as possíveis rotas de fuga.

Segundo Stringueta, para diminuir as estatísticas que apontam o Estado como o 5º em número de assaltos, é necessária a criação de uma estrutura de resposta, formada por forças auxiliares, como GCCO, Bope e GOE, além de helicópteros, em pontos estratégicos do Estado. Hoje, o aparato policial fica concentrado em Cuiabá, diminuindo a agilidade em ações de combate aos assaltos no interior.