Após falhas em Londres, empresa de segurança desiste dos Jogos-2016
18 Jul
A segurança se converteu em fonte de polêmica para os Jogos Olímpicos de Londres, depois que a empresa privada escolhida para recrutar profissionais para o evento admitiu ser incapaz de atingir a quantia necessária. A prestadora de serviços deveria contratar 10.400 guardas para atuar durante a competição, mas trouxe apenas 7 mil profissionais. O deslize forçou o governo britânico a anunciar um reforço de 3.500 soldados do exército para patrulhar a capital britânica. Após o vexame, a G4S anunciou nesta terça-feira que desistiu de concorrer aos contratos da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos-2016, ambos no Brasil.
Com a cota disponibilizada pelo governo, serão 17 mil soldados patrulhando a cidade durante os Jogos. O contingente extra de 3.500 homens, que não estava previsto na conta exército britânico, será totalmente custeado pela empresa de segurança.
Presidente da empresa, Nick Buckles se desculpou e classificou o episódio como humilhante (Foto: AFP)
Presidente da companhia, Nick Buckles prestou esclarecimentos a deputados de uma comissão do Parlamento britânico. O empresário também pediu desculpas formais pela falha e classificou o episódio como um “embaraço humilhante”
- Estamos arrependidos de ter assinado este contrato, mas agora é preciso seguir adiante. Não era especialmente lucrativo. Ironicamente, pensamos que serviria para que a empresa ganhasse reputação - explicou.
O primeiro acordo, assinado em dezembro de 2010, previa a formação de 2 mil agentes de segurança particular. O número foi ampliado depois, e a empresa deu início ao treinamento de 20 mil pessoas este ano, selecionadas entre 110 mil inscritos. O problema é que muitos dos escolhidos perderam o interesse na vaga e não se apresentaram para o curso de formação. A G4S não assinou contrato prévio com os selecionados e muitos acabaram encontrando outros empregos.
As ações da multinacional britânica, uma das maiores empresas de segurança privada do mundo, registraram queda de 15% em menos de uma semana, após a revelação da falha no cumprimento do contrato. De acordo com Buckles, a empresa acumulará prejuízos de cerca de 50 milhões de libras (R$ 158 milhões) durante os Jogos, o que representa aproximadamente 10% de seus lucros anuais. Além disso, a prestadora de serviços poderá ser penalizada com uma multa de 57 milhões de libras (R$ 180 milhões), prevista em caso de desrespeito do contrato.