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Bancos do RS fogem da audiência pública sobre segurança bancária

04 Dez

Os representantes dos bancos foram os grandes ausentes na audiência pública realizada nesta quinta-feira (3), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para discussão da segurança nas agências bancárias e instituições financeiras. Mesmo assim, o Plenarinho ficou lotado e vários representantes de entidades, como o Sindivigilantes do Sul, e setores ligados ao assunto compareceram. O presidente do sindicato, Loreni Dias, apontou também a falta de alguém da Secretaria da Saúde do Estado, para ouvir “os absurdos que acontecem” das más condições de trabalho que provocam doenças e problemas físicos em muitos vigilantes do sistema financeiro.

Ele citou o caso do Sicredi, “um banco que se esconde atrás do cooperativismo, mas não respeita a nossa categoria”, disse. Por iniciativa do deputado Tarcísio Zimmermann, que presidiu os trabalhos, a audiência teve as presenças do tenente-coronel Carlos Marques, pela Brigada Militar, do delegado Eduardo de Oliveira Cézar, do Departamento de Investigações Criminais (Deic), do presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Everton Gimenis, e do presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul, Ademir Wiederhehr.

“Lamentamos profundamente a ausência das instituições bancárias”, criticou o representante da Brigada Militar. “O que vale mais, o vil metal ou a vida do funcionário do banco, do vigilante, do P M, do cliente?”, questionou. O deputado Zimmerman observou que a insegurança nos bancos não é um problema novo, mas que vem se agravando muito: antes de terminar o ano, até novembro, o Rio Grande do Sul já teve mais ocorrências de assalto a agências ou arrombamento de caixa eletrônico, num total de 223, do que em todo o ano passado, 207.

Segundo Zimmerman, “os bancos hoje são instrumentos de financiamento do crime e do empoderamento do crime organizado”. Ele distribuiu uma cópia do projeto de sua autoria – Substitutivo ao PL 410/2015 – que visa instituir em todo o Estado uma série de exigências de segurança nas agências, tais como: guarda-volumes na entrada, portas giratórias, vidros resistentes a disparos de grosso calibre, temporizador na fechadura do cofre, câmeras de monitoramento e gravação de imagens. Por sugestão do Sindivigilantes, ele deverá incluir no projeto a obrigatoriedade dos escudos de proteção.

Ademir, que é também diretor do SindBancários e da Contraf-CUT, elogiou a iniciativa de Tarcísio ao propor uma lei estadual sobre o assunto, pois é um tema que é discutido no âmbito da União, estados e municípios. “Precisamos ter segurança dentro das agências e postos de atendimento, o que é responsabilidade dos bancos, e segurança fora dos estabelecimentos, o que é de competência da segurança pública”. Para ele, “a segurança privada e a segurança nas instituições financeiras não são matéria de interesse nacional, como vivem defendendo os bancos para abafar qualquer legislação estadual e municipal”.

O presidente Dias lembrou que já foi aprovado um projeto em São Borja e outro em Três Passos com essas exigências. Disse ainda que há muita “picaretagem” no setor da vigilância, com empresas de fundo de quintal, que não querem pagar os direitos dos trabalhadores, INSS, FGTS e horas extras. Os diretores Marlon Costa e Gerson Farias reforçaram as denúncias contra o Sicredi, como a falta de horário para descanso e almoço, e sugeriram o deslocamento das portas giratórias para a entrada, de maneira que protejam também a área de auto-atendimento dos clientes.

Everton Gimenis relatou que, por conta da violência dos assaltos a bancos, “há um alarmante aumento dos casos de Síndrome de Pânico e de distúrbios psicológicos” entre a categoria dos bancários. Citou o absurdo de muitos bancários serem os guardiões das chaves das agências e, com isso, tornarem-se reféns dos assaltantes, juntamente com seus familiares. Ao final, o deputado Zimmermann anunciou que convidará o Ministério Público do Trabalho a fiscalizar as condições das agências bancárias denunciadas pelos vigilantes por funcionarem de maneira precária ou irregular.

Fonte: Sindivigilantes do Sul

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