Cafuringa e quadrilha comandaram três grandes assaltos em Santa Catarina, diz delegado Renato Hendges
24 Ago
A polÃcia catarinense afirma que o assaltante de bancos Enivaldo Farias, o Cafuringa, 41 anos, comandou pelo menos três grandes assaltos no Estado este ano.
Os roubos foram na região Sul de Santa Catarina, que Cafuringa teria escolhido para agir por conhecimento da área e o pouco efetivo policial nos municÃpios. O bando, conforme a polÃcia, levou em SC pelo menos R$ 1,5 milhão, em assaltos em Sombrio, Forquilinha e Içara.
- Depois do Papagaio e do Seco ele era hoje o mais quente que vinha atuando no Sul disse o experiente delegado Renato Hendges, da Divisão Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis.
Renatão refere à periculosidade e à habilidade de Cafuringa em planejar megaroubos e arregimentar assaltantes para a sua quadrilha. Em Santa Catarina, ele tem contra si três mandados de prisão preventiva. Cafuringa foi preso na manhã desta quinta-feira, em Cachoeirinha, na região Metropolitana de Porto Alegre (RS).
Os crimes em SC:
Sombrio
16 de fevereiro
A quadrilha era formada por seis homens que invadiram a agência do Banco do Brasil, no Centro, e rendeu 15 funcionários. Para reforçar a ameaça, os assaltantes colocaram um artefato que seria explosivo foi colocado em uma mesa. O bando levou R$ 600 mil.
Forquilinha
01 de março
Os bandidos levaram R$ 600 mil da agência do Banco do Brasil após fazer reféns e torturar psicologicamente por mais de 10 horas a esposa e as duas filhas do gerente.
Içara
15 de agosto
Em uma nova ação no Sul do Estado, a quadrilha sequestrou, em Criciúma, a mulher do tesoureiro do Banco do Brasil de Içara. Os bandidos ligaram do celular dela para o marido e exigiram que fosse ao banco e pegasse o dinheiro. Foram roubados nesse crime pelo menos R$ 300 mil.
Gravações da Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) mostram a quadrilha do assaltante de bancos conhecidoCafuringa combinando um assalto a banco emIçara (SC) na semana passada.
Considerado um dos maioresassaltantes a banco do Brasil e o mais procurado pela polÃcia, Enivaldo Farias, 41 anos, foi preso na madrugada desta quinta-feira emCachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, após ter seus passos monitorados há cerca de seis meses.
Ligações grampeadas pela polÃcia mostram Cafuringa e o comparsa arquitetando a ação na qual a mulher dotesoureiro de uma agência do Banco do Brasil da cidade de Içara foi sequestrada emCriciúma e o funcionário, obrigado a retirar dinheiro do cofre da agência bancária para pagar o resgate. Por cerca de 13 horas, a famÃlia foi mantida em cárcere privado. Com R$ 300 mil em posse dos criminosos, a mulher foi libertada sem ferimentos.
Segundo o delegado Juliano Ferreira, que comandou a ação policial, Enivaldo Farias, 41 anos, é foragido das polÃcias gaúcha, catarinense, federal e paraguaia, suspeito de ataques a banco. Ele estava escondido em uma casa de pai de santo e foi detido sem reagir. O assaltante será encaminhado para o PresÃdio Central de Porto Alegre. Com o criminoso, foram apreendidos telefones celulares, dinheiro e duas pistolas 9 milÃmetros.
Após carreira criminosa na Região Metropolitana de Porto Alegre, Cafuringa se envolveu em ataques a bancos e carros-fortes em outros Estados, comoSão Paulo eBahia. No Rio Grande do Sul, é apontado como articulador de assaltos a caixas eletrônicos, bancos e carros-fortes. O mesmo tipo de crime teria sido realizado também nos paÃses vizinhosParaguai eUruguai, segundo o delegado.
Considerado o principal foragido gaúcho pelos agentes do Deic, Enivaldo Farias é descrito como um bandido meticuloso, que dedica vários dias à observação e ao planejamento antes de atacar.
Em maio de 2010, Cafuringa conseguiu liberdade condicional. Ele estava desde 2009 no regime semiaberto, num albergue contÃguo à Penitenciária Estadual do JacuÃ, emCharqueadas. Com a condicional, o apenado podia deixar a prisão e ficar em casa desde que se apresentasse mensalmente à Justiça.
Resgate após emboscada em 2005
Cafuringa é personagem-chave de uma tragédia. Em janeiro de 2005, emMontenegro, ele foi resgatado durante emboscada armada por colegas, quando era levado para uma audiência. Na fuga, um agente penitenciário foi assassinado.
O criminoso foi recapturado quatro meses depois, em São Paulo. Chegou a ser transferido para o presÃdio federal deCatanduvas, no Paraná. Ficou pouco tempo lá e e retornou ao RS. Ele chegou a ser investigado, em 2005, por suspeita de envolvimento na morte de Dilonei Melara, que comandou a maior fuga do PresÃdio Central de Porto Alegre, em 1994. Os policiais não acharam provas de sua participação na morte.