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Entidades e movimentos juntam forças para cobrar reforma agrária em São Paulo

14 Ago

São Paulo – Com o intuito de unir força dos trabalhadores urbanos com os trabalhadores do campo na luta pela reforma agrária em São Paulo, um fórum foi lançado hoje (13) na capital do estado. De iniciativa da Central Únicas dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), o lançamento debateu as questões agrárias e as dificuldades encontradas atualmente, principalmente na negociação com o governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que a luta pela reforma agrária é uma questão estratégica no intuito de dar outra perspectiva para os trabalhadores rurais do estado. "O governo de São Paulo não tem compromisso nenhum com o tema. O enfrentamento, portanto, tem de se dar com as duas esferas de governo: estadual e federal", defende o parlamentar.

Presente no evento, o líder de trabalhadores rurais José Rainha enfatizou a necessidade de se lutar por políticas de reforma agrária em São Paulo. "O meu papel é articular os trabalhadores e acabar com o latifúndio. Nós somos como panela de pressão. Temos de botar fogo embaixo, senão não ferve", destacou o líder agrário.

Ele, que já foi preso e enfrentou a Polícia Militar inúmeras vezes em ocupações de terra, comentou a ligação política do governo estadual com latifundiários e representantes do Legislativo. "O inimigo número um dos sem-terra em São Paulo é o próprio governo. Eles enchem as terras públicas de cana-de-açúcar e nós vamos atrás invadindo, sim. Nosso papel é tirar terra pública para dar a assentados", defende Rainha.

Marco Antonio Augusto Pimentel, da Federação da Agricultura Familiar de São Paulo (FAF), defende o fortalecimento da agricultura familiar, principalmente nos assentamentos, de modo que o estado ofereça estrutura e condições para o trabalho das famílias. "Quando se trata de reforma agrária, muitos pensam que é apenas desapropriar terra, picar e distribuir. O processo é mais complexo. É preciso criar uma estrutura de comércio justo e solidário", pontua Pimentel.

No Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal, os assentados paulistas, em 2011, responderam por 52% do valor investido. Do total de R$ 46,9 milhões, R$ 24,7 milhões foram movimentados para adquirir alimentos de trabalhadores de assentamentos rurais. De acordo com a CUT-SP, o programa recebeu artigos produzidos por 11 mil famílias de agricultores familiares.

Também no evento, José Lopez Feijóo, ex vice-presidente da CUT e atual assessor do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que o governo Dilma está engajado na luta pela reforma agrária. "Eu fui para o governo para passar essa experiência que acumulei no movimento sindical para ser colocada a serviço dos trabalhadores. Levarei ao ministro Gilberto Carvalho a instalação deste fórum e conversaremos a respeito", prometeu Feijóo.

Ao final do lançamento, o superintendente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo, Wellington Monteiro Diniz, e a superintendente do Patrimônio da União em São Paulo, Ana Lúcia dos Anjos, assinaram um termo de cooperação entre os órgãos para facilitar o processo de desapropriação de terras públicas para fins de assentamentos rurais.

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