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No Brasil, dirigente da Federação Alemã alerta: A Copa é só o começo

20 Jul

Com a experiência da organização de 2006, Ulrich Wolter diz que Brasil está no caminho certo, mas alerta sobre legado e segurança nos estádios

Nos últimos seis anos, Ulrich Wolter ajudou a organizar quatro eventos da Fifa na Alemanha. Diretor da DFB Consulting – braço de consultoria da Federação Alemã de Futebol – ele esteve nos preparativos da Copa das Confederações de 2005, do Mundial Sub-20 de 2010, do Mundial Feminino de 2011 e, principalmente, da Copa do Mundo de 2006. Durante esse período, Wolter cometeu erros e acertos. Porém, segundo ele, o mais importante foi a experiência adquirida. E está disposto a passar essa experiência para o Brasil.

Ulrich Wolter está no país acertando uma parceria com uma empresa nacional (Golden Foot) para oferecer consultoria da Federação Alemã para a Copa de 2014. O dirigente garante que todos na Europa estão confiantes de que o Brasil organizará uma grande competição. No entanto, faz um alerta:

- A Copa não é o fim. É só o começo.

Na opinião o alemão, o país está se preparando para o Mundial como se o grande encerramento fosse a competição em si. No entanto, segundo ele, o legado que a Copa do Mundo deixa é o mais importante, principalmente, no que diz respeito às cidades-sedes.

- Após a Copa, a Fifa vai embora, mas as cidades e o país ficam.

Wolter vê o Brasil no caminho certo, mas admite que alguns pontos precisam ser debatidos. Na última quarta-feira, por exemplo, ele acompanhou no Engenhão a vitória do Corinthians sobre o Flamengo e admite que alguns pontos o preocuparam.

- A segurança nos estádios brasileiros é feita pela polícia, com armas e cachorros. É muito ostensiva. Na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, por exemplo, as pessoas não são acostumadas com isso. Geralmente, a segurança dentro dos estádios é privada. Nesse ponto, não sei o que pode ser feito, já que no Brasil alegam que não existe o número de profissionais de segurança privada o suficiente para atender todos os estádios da Copa.

Sobre segurança, o Comitê Organizador Local (COL) já avisou que profissionais serão contratados durante a Copa para trabalhar nos estádios. Outra preocupação do dirigente alemão diz respeito às cidades-sedes. Para ele, essa foi uma das maiores dificuldades da Alemanha, que também teve 12 cidades-sedes no Mundial em 2006. Ulrich Wolter afirma que deixar todas as capitais no mesmo nível para a Copa do Mundo é um desafio.

- Serão 12 cidades, além de outras 32 cidades que irão receber as seleções no período de preparação. Todos precisam saber que cada um desses municípios irá receber centenas de jornalistas e talvez milhares de torcedores de diversas nacionalidades. Isso mudará a rotina e é uma grande oportunidade. O desafio é deixar todas as cidades-sede no mesmo nível. Mas é difícil, uma vez que cada cidade tem seu nível de desenvolvimento.

Elogios de Beckenbauer
Com a experiência de quem também participou da organização da Copa das Confederações de 2005, Wolter faz outro alerta, até pela experiência que teve na Alemanha.

- Esse foi um dos erros que tivemos na Alemanha. Não se pode tratar a Copa das Confederações como um torneio teste. Não é um teste. É uma competição. E em 2013 terá um grande nível técnico com seleções como Brasil, Itália Espanha... Tudo precisa estar preparado para receber um grande torneio. Depois, apenas detalhes são ajustados para a Copa do Mundo.

Uma das grandes preocupações da Fifa para 2014, Ulrich Wolter se mostrou tranquilo quanto aos estádios, lembrou que a Fifa está no papel dela em cobrar e revelou um papo recente com Franz Beckenbauer.

- Tenho 100% de confiança que os estádios estarão prontos para a Copa do Mundo. A Fifa também está confiante, mas cobrar faz parte do papel dela. Nesse ponto, todos estão otimistas na Europa. Encontrei o Beckenbauer há duas semanas e ele se mostrou extremamente tranquilo quanto a isso.

Por fim, Wolter foi contido ao falar sobre a expectativa da seleção alemã em relação ao Mundial no Brasil.

- A Alemanha tem uma seleção jovem, mas com experiência. Alguns jogadores têm bastante rodagem. Nos últimos anos, temos chegado perto, mas falta o título. A Alemanha é uma das candidatas ao título, mas diria que o favorito é o Brasil, até por ser o país sede. Além dos dois, também colocaria Espanha, Itália, Holanda e Argentina nesta lista – concluiu.

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