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Pesquisa aponta 27 mortes em assaltos envolvendo bancos

20 Jul

Na tarde desta quinta-feira, 19 de julho, bancários e vigilantes, representados pela Contraf-CUT e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), divulgarem em coletiva à imprensa os resultados da pesquisa que apurou o número de mortes ocorridas em ataques e assaltos a bancos no Brasil no 1º semestre de 2012. No total, foram 27 vítimas fatais. O número representa um aumento de 17,4% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram 23 mortes. A pesquisa leva em considerações casos noticiados pela imprensa em todo país.

São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia apresentam mais da metade dos casos. Foram 06 mortes em São Paulo, 04 no Rio de Janeiro e também 04 na Bahia. As mortes acontecerem principalmente nos crimes conhecidos como “saidinha de bancoâ€, quando o cliente é abordado na saída da agência. A “saidinha†fez 14 vítimas fatais. As demais mortes aconteceram em: assalto a agências (06), assalto a caixa eletrônico (03), abastecimento de caixas eletrônicos (02), assalto a correspondentes bancários (01) e no transporte de valores (01).

No Paraná, não houve mortes durante o período abordado na pesquisa. O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, disse que não há o que comemorar com isso. “Não quer dizer que houve melhoras na segurança, porque não houve. Devemos estar protegidos por alguma outra força, mas com certeza não somos protegidos pelos bancosâ€, comentou. Segundo Otávio, em uma prévia do levantamento de assaltos, ataques e explosões ocorridas no 1º semestre de 2012, o número já mais que dobrou em relação ao 1º semestre de 2011, quando aconteceram 56 ataques no Paraná.

A pesquisa com o número de ataques e assaltos a bancos deste primeiro semestre deve sair em agosto.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, reforçou a culpa dos bancos. “Isso mostra a irresponsabilidade com que os bancos tratam a vida das pessoas. Os cinco maiores bancos brasileiros lucraram juntos R$50,7 bilhões em 2011. Porém, a parcela investida em segurança é mínima. Eles investiram apenas R$2,6 bilhões, o que significa 5,2% do lucro que tiveramâ€, apontou.

Além do baixo investimento, o montante acaba sendo destinado para as agências onde são atendidos clientes de alta renda, minoria entre os usuários o serviço bancário. “Onde eles investem? Onde estão os donos dos bancos e os clientes de alta renda, nas agências “primesâ€. Nessas a segurança é adequadaâ€, afirmou Carlos Cordeiro. O presidente do Sindicato dos Viligantes de Curitiba e região, João Soares, completou: “Não podemos dizer que os bancos não investem em segurança, eles investem, sim, mas é na segurança do dinheiro, e não das pessoasâ€.

Clientes são maioria das vítimas – Das 27 mortes, 15 foram de clientes, o que representa 55,5% dos casos. A maioria foi vítima da “saidinha de bancoâ€. Também foram vítimas 05 vigilantes, 03 transeuntes, 03 policiais e 01 bancário.

A “saidinha†– Em relação a “saidinhaâ€, o presidente da CNTV, João Boaventura, lembrou um velho argumento dos bancos. “Os banqueiros afirmam que o crime acontece fora da agência, então não é responsabilidade deles cuidar disso, e sim uma questão de segurança pública. Mas nós sabemos que o crime começa dentro das agências, que não oferecem condições de segurança para os usuários fazerem as transações com privacidadeâ€, disse.

Bancários e vigilantes já apresentaram uma série de propostas para melhoria da segurança bancária. Entre elas, a instalação de biombos em frente aos caixas, que não deixariam as pessoas na fila verem o que cada cliente está fazendo, divisórias entre os caixas, instalação de portas com detectores de metais e de câmeras de segurança em todas as agências, entre outros. “A lei 7.102 é de 1983 e ainda rege a segurança privada, está bastante desatualizada. Além disso, não é previsto uma punição severa àqueles que desrespeitam a lei. São aplicadas multas, mas acaba sendo mais vantajoso pro banco pagar a multa do que investir no que realmente traria mais segurança para os clientes e bancáriosâ€, disse Carlos Cordeiro. A lei prevê que a multa não ultrapasse 20 mil Ufirs (unidades fiscais de referência). “Esse valor não é nada para quem lucra bilhõesâ€, completou Cordeiro.

Segurança Bancária é um dos temas que será debatido durante a 14ª Conferência Nacional, que começa nesta sexta-feira, 20, em Curitiba.

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