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Rio: Vigilantes mantêm greve e farão protesto nas barcas

15 Mar

Para procurar agências bancárias infratoras de uma regulamentação federal, o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói, Cláudio José de Oliveira, fez uma ronda pelos bancos da cidade em busca de agências em funcionamento com apenas um vigilante. “O município é o coração da paralisação, o índice de adesão está superior ao da capital, por isso, alguns locais estão adotando essa medida, mas é uma ordem de cima para baixo fora do papel. Assim, o responsável pela segurança de quem abrir é do gerente”, explicou, apoiado na lei n° 7.102/83, que prevê a presença de, no mínimo, dois vigilantes para os bancos abrirem suas portas.
Ontem, foi realizada na nova sede do Sindicato dos Bancários de Niterói, uma assembleia que deliberou pela continuidade da greve, bem como por uma manifestação nesta sexta-feira (16), às 17h, na Praça Araribóia. “Há empresas espalhando o boato de um reajuste de 7%, porém, nada foi oficializado. Esperamos pela presença do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio de Janeiro (Sindesp-RJ) na próxima audiência do Ministério Público do Trabalho (MPT) para conversarmos, porque na segunda-feira (12) eles sequer apareceram. Dependendo do resultado desse próximo encontro, votaremos pelo fim ou não da paralisação”, enfatizou Cláudio de Oliveira.
“Estamos conversando desde janeiro. No dia 2 de fevereiro eles deram as negociações por encerradas. Por isso, fomos até o MPT para demonstrar a nossa vontade de dialogar. A intransigência não é da nossa parte e a pauta de exigências é a mesma em 15 sindicatos da categoria em todo o estado”, completou o sindicalista. Amanhã, a nova reunião no MPT está marcada para às 14h e deverá mediar soluções sobre as reivindicações dos vigilantes com o Sindesp-RJ.
Embora, já esteja em seu terceiro dia, algumas pessoas ainda pareciam não entender o que estava acontecendo. Moradora de São Gonçalo, Rosimar Godinho Vieira, de 54 anos, está com uma conta de TV por assinatura atrasada e teve que enfrentar a fila da lotérica para tentar pagar a fatura. “Eu nem sabia dessa greve de vigilante. Hoje vim correndo paga a fatura, pois havia esquecido devido a alguns problemas, e encontro tudo fechado. Achei um absurdo”, disse.
Nos bancos, alguns clientes tentavam entrar nas agências, mas eram avisados pelos funcionários que só estavam realizando o desbloqueio de cartão. Muitos reclamaram sonoramente da situação. “Quando não é greve dos bancários é dos vigilantes. Eu trabalho em banca de jornal, não tenho tempo de fazer minhas coisas e muito menos ficar entrando em greve. Tem que tentar melhorar as coisas e não piorar deste jeito”, disse o jornaleiro Rafael Araújo da Fonseca.
Moradora do Barreto, em Niterói, Thamyres da Silva, de 23 anos, teve que pagar o valor parcial da sua conta do cartão de crédito, porque a lotérica não aceita pagamentos acima de R$700. “Sem poder entrar nos bancos, tive que vir pagar a fatura aqui e não pude pagar por completo, pois a lotérica só aceita até R$700. Vou ter que pagar juros dos R$30 restantes no próximo mês”, lamenta.

Greve
Com a adesão de 80% da categoria, segundo o sindicato classista, os vigilantes estão lutando por um aumento salarial de 10%, mais o valor da inflação de 2011, plano de saúde, 30% do risco de vida e o aumento do ticket refeição de R$ 8,85 para R$ 16,50. Na última reunião no MPT, nenhum representante do Sindesp-RJ compareceu. O sindicato alegou que se manteve ausente das rodadas anteriores de negociação por causa da irredutibilidade da categoria em reduzir o índice de reajuste salarial reivindicado, fixado em 30%, e oferece aos vigilantes reposição integral da inflação pelo INPC dos últimos 12 meses.

Rio
Manifestantes percorreram hoje (14) as ruas da capital fluminense para chamar a atenção da população para o movimento. Faixas e cartazes mostravam as reivindicações. Em função da paralisação, as agências bancárias estão fechadas. Segundo os grevistas, cerca de 60% dos 50 mil vigilantes em todo o estado aderiram à greve.

Medida
Na última terça-feira, dia 13, A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), enviou uma carta para o delegado Clyton Eustáqui Xavier, coordenador geral de controle de segurança privada da Polícia Federal, onde criticou uma possível utilização de policiais militares nas agências. “A substituição de vigilantes por policiais militares, a fim de viabilizar o funcionamento das agências bancárias é ilegal, haja vista o disposto no parágrafo único do artigo 9º, da Lei 7783/89, que determina que cabe ao empregador a contratação dos serviços necessários na hipótese de não ser estabelecido número de empregados que deverão manter as atividades”, destaca o documento assinado pelo presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e pelo secretário de imprensa e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
A carta ainda ressaltou que “retirar o contingente militar das ruas fragilizando a segurança pública do Estado, deslocando-os para atividade de cunho privado é até mesmo imoral. Cabe aos bancos, por meio de seus representantes legais, se assim entenderem, negociar junto às empresas de segurança privada a manutenção do serviço para as quais foram contratadas”, salientou a Contraf-CUT.

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