A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) questionou ontem a eficácia de biombos e câmeras externas de segurança nos bancos. É uma resposta ao não cumprimento de três leis municipais que exigem o uso dos equipamentos no Recife. A decisão tomada pela juíza Clara Maria Callado, da 29ª Vara Cível, que obrigava a instalação dos equipamentos de segurança, está suspensa. Os bancos recorreram da decisão. São quase 40 recursos movidos pelos banqueiros. A partir de fevereiro, a promessa do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) é intensificar a fiscalização. Neste ano, seis agências foram assaltadas em Pernambuco.

Sobre os biombos, a Febraban explicou, em nota oficial, que as diversas leis em tramitação ou já aprovadas não contariam com estudos ou embasamento técnico que comprovem a eficácia. “Os biombos tendem a criar pontos cegos nos quais possam ocorrer ou ter início ações indesejáveis aos quais o vigilante não terá acesso (…). Os biombos, portanto, aumentam a insegurança (…)�, diz o texto. As câmeras externas, hoje exigidas por lei no Recife, também são alvo de críticas da federação. “Sua eficácia é questionável, à medida que boa parte dos crimes de ‘saidinha de banco’ ocorre longe do ambiente das agências, fora de seu alcance de gravação�.

O MPPE defende o contrário. Para o promotor de Defesa do Consumidor, Ricardo Coelho, a sentença da 29ª Vara Cível está suspensa, mas as três leis municipais são válidas. “Existem diversos estudos que comprovam a eficácia desses equipamentos, pois eles aumentam a segurança. A Febraban está no seu papel: defender os banqueiros, o lucro. Nós defendemos o consumidor�, completou. A opinião é a mesma do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri). As câmeras na parte externa das agências bancárias ajudam na prevenção e na investigação, garante o gestor do Depatri, Antônio Barros. “Existe essa dupla ajuda. Uma imagem vale mais do que mil palavras. As câmeras nos ajudaram em inúmeras investigações�, explica.