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Falhas no sistema de segurança são flagradas em Fóruns da região

23 Jan

Falhas no sistema de segurança dos Fóruns de São Carlos, Araraquara e Sumaré foram constatadas por uma equipe da EPTV, que conseguiu entrar nos locais e circular normalmente com um canivete e outros objetos suspeitos. O problema levanta a discussão sobre a vulnerabilidade dos locais e os meios de garantir a segurança de juízes, funcionários e da população.

No Fórum de São Carlos, circulam em média 600 pessoas entre funcionários e as que acompanham as audiências.

Com um canivete, uma caixa com papéis e dois celulares, o produtor da EPTV entrou no local. O detector de metais disparou. Em seguida, uma funcionária se aproximou e o produtor perguntou a localização do cartório.

Ela indicou e ele conseguiu circular normalmente pelos corredores. No segundo andar, ele cruzou com a escolta de um preso e ficou mais de seis minutos andando pelo prédio sem ser parado.

No Fórum Cível, também em São Carlos, o detector de metais denunciou o produtor. Uma funcionária chegou a perguntar o que ele está levando. Ela não viu os objetos e liberou a passagem.

Ele caminhou pelo local sem problemas e até entrou em salas. Na saída, um homem perguntou se ele não estava escondendo uma bomba, como aconteceu no Fórum de Rio Claro, no dia 12 de janeiro. “Não é Papai Noel aí dentro da caixa não né?”, disse.

O diretor do Fórum, o juiz Vilson Palaro, admitiu a existência da falha. “A gente procura cobrar e orientar para que as pessoas façam a exigência de entrega desse material, que faz com que a porta apite, mas é difícil porque elas não tem treinamento apropriado e não estão com disposição para colaborar. Quando há troca desses funcionários, a gente precisa voltar a falar, explicar. É uma situação árdua para se conseguir que a segurança funcione”, disse.

O mesmo aconteceu no Fórum de Araraquara. Na entrada, o detector de metais apitou, mas não havia nenhum funcionário. O produtor cruza com policiais militares que acompanhavam audiências.

Ele também entrou em uma sala onde documentos são guardados e, após sete minutos, deixa o prédio tranquilamente.

O diretor do Fórum de Araraquara, o juiz Heitor Luiz Ferreira do Amparo, confirmou a insegurança. Para ele, sem funcionário habilitado todos correm risco. “Nós temos um policial militar que faz a ronda em todo o prédio, que não é pequeno. Além de fazer a segurança de 15 ou 16 juízes, nove promotores e cerca de 400 funcionários que trabalham aqui diariamente e pessoas que circulam por aqui. Isso mostra a vulnerabilidade do Fórum e de todos do estado”, destacou.

Bomba e Assalto

O alerta veio depois da explosão de uma bomba caseira no Fórum de Rio Claro, no dia 12 de janeiro. O explosivo feito com pólvora, tachinhas, pregos e vidro estava dentro de um Papai Noel em uma caixa, sem remetente, endereçada à juíza Cynthia Andraus Carretta da Vara Cível.

Um segurança acionou a bomba quando tentou ligar o brinquedo. Ele e outro funcionários ficaram feridos com estilhaços.

O Fórum não tinha câmeras, apenas detector de metal. Depois disso, uma base móvel da PM está ficando em frente ao local e a identificação de todos é exigida na entrada.

De acordo com os diretores dos Fóruns, a situação de insegurança sempre existiu. Já foi feito um pedido ao Tribunal de Justiça (TJ-SP) para a contratação de uma empresa especializada que faça a revista quando o alarme for acionado e também a identificação na entrada.

Medidas que evitariam, por exemplo, o que aconteceu com a equipe da EPTV no Fórum de Sumaré, na região de Campinas. O detector de metais não estava funcionando e foi possível entrar no prédio com um canivete e um alicate na bolsa. Também foi possível circular sem restrições durante mais de sete minutos.

Na segunda-feira (16), o Fórum foi alvo de bandidos durante a madrugada. Dois assaltantes invadiram o prédio, amarraram o vigia, arrombaram a sala de armas e levaram nove delas.

A diretoria do Fórum de Sumaré foi procurada para responder sobre as falhas na segurança, mas não atendeu aos telefonemas.

Medidas

Já o presidente do Tribunal de Justiça (TJ-SP), Ivan Sartori, reconheceu a necessidade de investir em segurança.

A assessoria do TJ-SP informou que, depois dos casos de Rio Claro e Sumaré, vai mudar os procedimentos de entrada nos fóruns de todo o estado.

Entre as alterações estão a contratação de cerca de mil seguranças privados e a compra de equipamentos para identificação de visitantes.

A licitação para contratar a guarda patrimonial armada já foi aberta. O sistema de identificação deve estar em funcionamento dentro de um ano.

O tribunal também alegou que em situações específicas, que precisem de um policiamento maior, os juízes podem acionar o gabinete militar do TJ na capital.

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