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Vigilantes de BH são indenizados em R$ 20 mil por danos morais

11 Ago

Do G1 MG

Dois vigilantes de Belo Horizonte vão receber uma indenização de R$ 20 mil, cada um, por danos morais, após terem sido agredidos verbalmente e terem sido ameaçados. O homem e a mulher que trabalhavam em uma agência bancária da capital mineira teriam barrado a entrada de um cliente que ficou preso na porta giratória, depois de ter se recusado a retirar os objetos de metal que carregava. O incidente aconteceu em 2009. A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) foi divulgada nesta quarta-feira (10).

De acordo com informações dos vigilantes, o homem ficou irritado com a situação e chamou um dos vigilantes de “king Kong, macaco, gorila, preto africano e incompetente”. Ele também teria chamado a mulher de “vagabunda” e a ameaçado, dizendo que receberia “um tiro na cara”. As vítimas informaram que as agressões aconteceram diante dos clientes da agência bancária, o que causou constrangimento para eles.

Em 2010, os vigilantes entraram com ação contra o homem e pediram uma indenização de R$ 40 mil para cada um, por danos morais. O homem contestou dizendo que freqüentava o local há aproximadamente 25 anos e um dia, após usar o caixa eletrônico, precisou sair da local rapidamente para ir ao banheiro, pois utiliza medicamentos diuréticos para controle da pressão arterial. De acordo com ele, ao tentar entrar na agência para guardar os objetos pessoais, foi impedido pelos funcionários. Eles teriam zombado dele e pedido que usasse um guarda-volumes diferente.

O homem afirmou que se descontrolou devido às zombarias e se referiu a um dos vigilantes como afrodescendente, mas, segundo ele, sem a intenção de ofendê-lo. Ele negou ter feito as ameaças e apenas se “desabafou” na presença da gerente do banco.

Em uma primeira da decisão da Justiça, o juiz considerou que o depoimento do cliente da agência contradizia o que foi apresentado na contestação. O magistrado analisou os testemunhos e constatou que as agressões aconteceram e, portanto, os vigilantes foram ofendidos. Além disso, não há registros de provocações anteriores por parte das vítimas.

Em abril deste ano, o homem recorreu da decisão, mas a indenização de R$ 20 mil para cada vigilante foi mantida pela Justiça, por se tratarem de ofensas que se aproximam do racismo e da discriminação.

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