A greve de vigilantes, que entra pelo quinto dia, pode começar a provocar o desabastecimento de dinheiro, nos caixas eletrônicos, dentro das agências bancárias da cidade. Devido a paralisação, apenas um vigilante está trabalhando por banco, somente para proteger os funcionários, e segundo a lei são preciso pelo menos dois, para que a agência seja aberta ao público. Este fato também está impossibilitando que os transportadores de valores, abasteçam os caixas eletrônicos.
“Os transportadores de valores são de outro sindicato. Eles não estão em greve, mas como as agências estão fechadas, eles não podem abastecer os caixas dentro dos bancos. Então, o dinheiro vai acabar. Agora nos caixas 24 horas, que ficam fora dos bancos, o abastecimento esta normal�, disse o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói (SVNIT), Cláudio José.

Greve continua
Os vigilantes de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Rio Bonito e Maricá decidiram, no fim da tarde de sexta-feira (16), pela manutenção da greve em todos os municípios, iniciada no último dia 12. A categoria considerou a proposta apresentada pelo sindicato patronal inaceitável. Os empresários não atenderam as reivindicações da categoria: plano de saúde para os funcionários, diminuição de desconto do tíquete alimentação e aumento do adicional de risco de vida. A decisão foi tomada, durante uma manifestação realizada na Praça Araribóia.
Representantes do Sindicato dos Vigilantes de Niterói (SVNIT) e do Sindesp/RJ participaram de uma reunião, no Ministério Público do Trabalho, na sexta-feira (16), na qual o sindicato patronal apresentou a proposta de 8% de aumento no piso salarial, R$ 0,88 centavos de aumento no tíquete refeição e 2% de risco de vida.
A oferta não foi aceita por Cláudio José, que considerou que as reivindicações da categoria não foram atendidas, impossibilitando assim a sua aceitação. O presidente do SVNIT afirmou que os índices não chegam nem próximos do que os vigilantes pretendem.
“A proposta, por exemplo, no caso do risco de vida, é muito inferior à pretensão da categoria. Nossa percepção é de 14% para todos os vigilantes, ou seja, 8% já conquistados na última convenção coletiva, mais 6% que seriam acrescidos, agora, como o próprio patronal já havia acordado a cerca de dois anos. Não podemos aceitar. Eles estão dando apenas 2,5%, além da reposição da inflação. Isso não vai significar nada no salário do vigilante, que tem família para sustentar. Nossa luta contínua�, declarou Cláudio José.

Passeata de protesto
Ao ter suas reivindicações recusadas, os vigilantes realizaram uma caminhada na Avenida Amaral Peixoto, rumo as barcas, em forma de protesto, onde decidiram em votação, pela manutenção da greve, na próxima semana. Com a manutenção da paralisação, os bancos continuarão fechados, funcionando apenas com um vigilante, cumprindo assim determinação judicial, para serviços de compensação, que não envolvam numerários.
Niterói foi a cidade fluminense na qual a adesão à greve foi mais alta. Cerca de 80% da categoria paralisou os serviços e mais de 160 agências bancárias foram fechadas, considerando toda base territorial atendida pelo sindicato.
No domingo (18) está prevista uma reunião entre dirigentes sindicais de todo estado para decidir os rumos da greve, na próxima semana. No encontro também será repassado oficialmente os índices apresentados pelo sindicato patronal.