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Acordos sindicais garantem ganhos reais a trabalhador e pressionam preços

27 Jan


O ano de 2010 será histórico para a maioria das categorias de trabalhadores brasileiros. Além do menor nível de desemprego desde 2002, de 5,7% em novembro, os trabalhadores conseguiram engordar seus vencimentos com aumentos reais médios, já descontada a inflação, de 3,5% - mais que o dobro do ganho de 1,5% conquistado em 2009.

Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, "97% de todas as categorias conseguiram aumentos reais significativos" no ano passado.

O avanço dos salários já está aparecendo nos índices de inflação. O Ãndice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma prévia do índice que orienta o sistema de metas de inflação do governo, foi de 0,76% em janeiro. Em dezembro, ficara em 0,69% e, em 12 meses, acumula 6,04%, informou o IBGE. Pressionado pelos reajustes já esperados de 1,77% nos ônibus urbanos e de 1,21% na alimentação, o índice trouxe um dado que surpreendeu analistas: a alta de 0,88% nos serviços.

- Nos índices anteriores de dezembro e novembro, essa taxa ficara em 0,49%. A inflação dos serviços praticamente dobrou e ficou acima do IPCA médio. Em janeiro do ano passado, esses índices andavam juntos - afirmou o professor da PUC Luiz Roberto Cunha.

Segundo o economista, o aumento dos salários pressiona os preços de duas formas. A primeira influência vem da alta dos custos da produção com mão de obra, principalmente no setor de serviços no qual a folha de pagamento tem o maior peso. A segunda pressão se dá pelo aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores, que faz o preço subir diante da expansão da demanda. Novamente, os serviços são os mais procurados quando a renda das famílias cresce.

E os reajustes acima da inflação vão continuar este ano. Os eletricitários, categoria que tem dissídio em maio, vão reivindicar o dobro do aumento real conquistado em 2010.

- No mínimo, vamos reivindicar 2% acima da inflação - afirmou Magno dos Santos Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Energia Elétrica do Rio de Janeiro.

Expansão menor do país deve frear ganho este ano
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 2010 foi o ano com a maior média de ganhos reais para as categorias formais de trabalhadores desde 1995. Porém, diante da perspectiva de expansão menor da economia e do ajuste fiscal, o cenário para 2011 desenha-se menos favorável à evolução da renda.

- A projeção de crescimento menor reflete nas negociações. Do ponto de vista do ganho real, a tendência se mantém, porque o mercado vai continuar crescendo. Só vai ser difícil chegar ao mesmo patamar de reajuste do ano passado - explica o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre.

No primeiro semestre de 2010, 97% dos acordos repuseram a inflação, o maior percentual registrado pelo Dieese. Entre julho e dezembro, espera-se que chegue perto de 100%.

Na avaliação do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, mesmo que os reajustes salariais nos próximos anos não sejam tão expressivos de um modo geral, o crescimento da renda poderá ser puxado de "forma individual".

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