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Chico Vigilante quer moralizar a Câmara Legislativa do DF

17 Dez

O deputado distrital eleito, Chico Vigilante (PT), é veterano. Em dois mandatos como deputado federal, de 1990 a 1998, ajudou a tirar o presidente Fernando Collor do poder e ainda participou da investigação dos Anões do Orçamento. Deixou a Câmara dos Deputados em 1998, quando perdeu as eleições. Mas foi eleito distrital em 2002. Depois de quatro anos longe do Legislativo, ele volta cheio de planos para que a Câmara Legislativa do DF seja exemplo.

Quais são as suas propostas para o novo mandato?
Nossa proposta passa pela moralização da Câmara Legislativa. Se verificarmos todos os males que aconteceram na política no DF, boa parte foi gerado no âmbito da Câmara. Ela é hoje uma das casas legislativas mais desmoralizadas do País. A gente precisa e deve alterar essa realidade.

O que o senhor propõe?
Temos de fazer com que as propostas sejam de conhecimento público, que todas as despesas da Casa sejam colocadas diariamente na internet. Isso é possível tecnicamente. Estou propondo também o corte de 30% linear nas despesas da Câmara. E isso vou fazer a partir do meu gabinete. Espero que se faça o mesmo na estrutura, porque ela é uma Câmara perdulária, gasta demais e não presta os serviços necessários.

O que o senhor mais ouviu da população como reivindicação durante sua campanha política?
Na verdade, o que a gente ouve muito é a vontade de acabar com a representação política aqui, em razão desses desmandos na política. Pela decepção, as pessoas acham que a Câmara é desnecessária. Precisamos mostrar, na prática, que ela é necessária.

Essa renovação pode contribuir para mudar isso?
Depende da participação efetiva da sociedade. Você não renova só porque trocou o Joaquim pelo Pedro, ou o Antônio pelo Raimundo. Você tem de renovar conceitos, práticas e a filosofia. Na verdade, vimos nessa legislatura que está terminando – que foi o ápice dos escândalos – que havia um discurso muito grande de renovação, e esses novatos também se envolveram com a Caixa de Pandora e a gente viu como o resultado foi desastroso.

O que acha de um deputado ocupar vaga no Executivo?
Sou contra. Eu acho uma traição ao eleitor que nos elegeu para ser deputado. Ninguém votou no deputado Chico Vigilante para ele ser secretário. Por isso, recusei desde o primeiro momento e disse para o Agnelo (Queiroz) que sendo eleito, eu não iria em hipótese alguma para o governo. Mesmo sendo da base de sustentação do governo, e eu serei, e irei defender de maneira correta todos os projetos importantes que o governador mandar para a CLDF. Agora, na hora que tiver qualquer desvio de conduta ou qualquer coisa que não esteja correta, seja cometida por quem quer que seja, eu serei o primeiro a denunciar.

Tem deputado que vai e volta de acordo com a conveniência. O que acha?
Tem muitos que querem continuar com o pé no Executivo e outro no Legislativo. Monta uma estrutura na Câmara Legislativa, paga pelo contribuinte, nomeia um monte de assessor, vai para o Poder Executivo, monta uma outra estrutura lá . Isso é no mínimo uma deslealdade com os outros colegas que ficam no Poder Legislativo ou com quem um dia pretende ser candidato.

O que o senhor acha que poderia ser feito?
Defendo uma proposta de emenda à lei Orgânica do Distrito Federal: ninguém será proibido de exercer função no Executivo, mas para isso terá de renunciar ao mandato. É assim nos Estados Unidos da América. A gente teria de introduzir esse mecanismo. O que não pode é ficar nos dois e há uma confusão de valores, uma vez que o Legislativo fiscaliza o Executivo. Vimos uma verdadeira farra nessa última legislatura, quando tinha deputado que era secretário e que tinha qualquer birra com o Arruda e aí voltava para a Câmara sem nem dar aviso prévio ao colega suplente, num verdadeiro desrespeito à pessoa que estava exercendo o mandato.

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