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Violência contra mulheres em SP aumenta 44,9% durante isolamento social

22 Abr

Violência contra mulheres em SP aumenta 44,9% durante isolamento social

Neste momento de isolamento social necessário para combater a pandemia de coronavírus, a violência contra mulheres e meninas pode piorar, segundo os relatórios "Mulheres no centro da luta contra a crise Covid-19", divulgado no final de março, e “Violência contra mulheres e meninas e Covid-19", lançado neste mês pela ONU Mulheres, entidade da Organização das Nações Unidas para igualdade de gênero e empoderamento.

De fato, é o que tem ocorrido no Brasil. O isolamento social gerou entre os dias 1º e 25 de março um aumento de quase 9% no número de ligações para o canal Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher. Entre os dias 17 e 25 de março, o serviço chegou a atender 3.303 ligações e 978 denúncias.

Em São Paulo, o aumento expressivo da violência doméstica revela que muito precisa a ser feito. No estado, os atendimentos da Polícia Militar a mulheres vítimas de violência aumentaram 44,9%.  E o número de feminicídio aumentou de 13 para 19 casos (46,2%) na comparação entre março de 2019 e março de 2020.

“O aumento da violência contra as mulheres deve ser visto com muito cuidado e ser tratado com urgência pelo poder público, com medidas de apoio econômico e estímulo que atendam à gravidade de cada situação e reflitam as necessidades das mulheres neste momento de pandemia. Não podemos esquecer que, em todo mundo, uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Márcia Viana, se referindo aos dados da Organização Mundial da Saúde.

Confira, abaixo, dados da ONU explicando porque a pandemia afeta mais as mulheres:

  •  70% dos trabalhadores de saúde em todo o mundo são mulheres, fato que as expõe a um maior risco de infecção pelo novo coronavírus;
     
  • Com o isolamento, os índices de violência doméstica e feminicídio têm aumentado no mundo– como as mulheres estão confinadas com seus agressores e distantes do ciclo social, riscos para elas são cada vez mais elevados;
     
  • Entre os idosos, há mais mulheres vivendo sozinhas e com baixos rendimentos;
     
  • Há uma estimativa que, dentre a população feminina mundial, as trabalhadoras do setor de saúde, as domésticas e as trabalhadoras do setor informal serão as mais afetadas pelos efeitos da pandemia de coronavírus;
     
  • Mulheres também são maioriaem vários setores de empregos informais, como trabalhadores domésticos e cuidadores de idosos;
     
  • Com a pandemia, mulheres têm de se dividir entre diversas atividades,como as seguintes: emprego fora de casa, trabalhos domésticos, assistência à infância (cuidado com filhos), educação escolar em casa (já que as escolas estão fechadas) e assistência a idosos da família
  • Antes da Covid-19, mulheres desempenhavam três vezes mais trabalhos não remuneradosdo que os homens; com o isolamento, a estimativa é que este número triplique;
     
  • Mulheres não estão na esfera de poder de decisão na pandemia: elas são apenas 25% dos parlamentaresem todo o mundo e menos de 10% dos chefes de Estado ou de Governo;
     
  • No setor têxtil, um dos mais afetados da indústria em todo mundo e paralisado por causa do trabalho temporário de lojas,as mulheres são três quartos dos trabalhadores no mundo.

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