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Estudantes protestam em todo o país contra cortes na Educação
Além dos alunos, professores e movimentos sociais estão nas ruas após anúncio de contingenciamento de verbas na área
Estudantes, professores e movimentos sociais de todo o Brasil protestam, na manhã desta quarta-feira (15/05/2019), contra o contingenciamento de verbas da Educação, anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). A comunidade acadêmica prometeu para esta quarta uma Greve Nacional da Educação, protesto unificado em todo o país contra a reforma da Previdência (PEC nº 6/2019). O movimento foi convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e diversos atos acontecem nas cidades. Em Brasília, a mobilização começou às 10h, com concentração no Museu Nacional da República. O movimento abrange as 678 instituições públicas de ensino fundamental e médio na capital, além da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Federal de Brasília (IFB). A orientação de aderir à paralisação nacional da educação foi tomada após assembleia-geral realizada na última quarta-feira (08/05/2019) pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). A UnB sofreu contingenciamento de 40% nos recursos, perda de R$ 48,5 milhões que pode afetar gastos com água, luz e segurança. Os bloqueios também atingiram a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Somente na instituição federal de ensino superior, foram eliminadas 123 bolsas. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), em viagem a Dallas, no estado norte-americano de Texas, afirmou que os estudantes que protestam contra o contingenciamento de verbas nesta quarta-feira (15/05/2019) são “massa de manobra” e “idiotas úteis”. Segundo Bolsonaro, “a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”. No Twitter Brasil, a hashtag #TsunamiDaEducação está entre as mais comentadas devido às manifestações organizadas pela comunidade acadêmica.
Rio de Janeiro
São Paulo Em Capinas, no interior do estado, a avenida que dá acesso ao campus da Unicamp e da PUC-Campínas foi bloqueado na parte da manhã. Em Santos, petroleiros aproveitaram o movimento para protestar em defesa das refinarias. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), Benjamin Ribeiro da Silva, repudiou as manchetes veiculadas por algumas mídias em decorrência dos protestos e qualificou as escolas que aderiram à paralisação como “dominadas por esquerdopata” e que só querem o pior para o país. “Existem 10 mil escolas no Estado todo e são apenas algumas, não mais do que 25, 30, que estão dizendo que vão parar, um número pouco representativo diante do total das escolas. ‘São apenas algumas escolas dominadas por esquerdopatas que só querem o pior para o país'”, diz a nota. O presidente ainda orientou que as escolas particulares descontassem em folha o dia parado.
Belo Horizonte
Paraná
Maranhão
Pernambuco
Rio Grande do Norte
Bahia
Cortes na educação No mesmo dia, a UnB confirmou o bloqueio de 30% anunciado pelo ministério. A instituição disse não ter sido comunicada anteriormente de nenhum corte e contestou a declaração de Weintraub de não promover bagunça. “Como toda universidade, é palco para o debate livre, crítico, organizado por sua comunidade, com tolerância e respeito à diversidade e à pluralidade.” Convidado para participar de uma transmissão semanal via Facebook do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Weintraub tentou explicar como seriam realizados os bloqueios e reforçou que, na verdade, não foram feitos “cortes”, mas um “contingenciamento”. “Não está cortado. Deixa para comer depois de setembro”, disse na ocasião, ao usar chocolates para explicar o orçamento das instituições. Assim, de acordo com o ministro, o bloqueio é de 24,84% das despesas discricionárias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhões, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias. Fonte: Metropoles |