Por: CNTV | Confedera��o Nacional de Vigilantes & Prestadores de Servi�os
Postado: 31/08/2012
Brasil inclui torcedores violentos entre fatores de risco para a Copa de 2014
Grandes Eventos
 
O governo brasileiro divulgou nesta quinta-feira o planejamento estratégico de segurança que será aplicado na Copa do Mundo de 2014, em que considera os torcedores violentos, tanto locais como estrangeiros, como um dos fatores de risco. O plano, elaborado pela Secretaria Extraordinária para a Segurança de Grandes Eventos, inclui todas as ações que serão implementadas para garantir a segurança da competição da Fifa (Federação Internacional de Futebol e Associados) e foi publicado nesta quinta no Diário Oficial da União.

Brasil já traçou plano de segurança para a Copa

O documento detalha os responsáveis pela segurança do evento; as medidas que serão adotadas; os objetivos que serão perseguidos; os recursos que serão investidos; os preparativos; a cooperação com outros países; a interação com as firmas privadas contratadas pela Fifa para a segurança dentro dos estádios, e as eventuais situações de risco. Entre estas últimas, o texto cita os "torcedores violentos" e as medidas já adotadas e que serão tomadas para neutralizá-los.

"A Polícia Federal já enviou solicitações de cooperação internacional a diversos países para obter os dados sobre suspeitos de vinculação com terrorismo e com o hooliganismo", diz o texto. Igualmente foram solicitados "dados sobre provocadores de problemas em estádios, entre outros grupos de torcedores conhecidos por sua participação em atos violentos".

Os responsáveis pelo plano destacaram o sucesso das autoridades europeias para reduzir a violência dentro dos estádios mediante a instalação de circuitos internos de televisão e a identificação dos torcedores. No entanto, afirmam que "os hooligans e os provocadores de problemas seguem atuando fora dos estádios e encontraram estratégias para se manterem ativos mediante sua organização em grupos mais fechados".

De acordo com o plano, o Ministério dos Esportes já iniciou um plano para identificar os membros de torcidas organizadas para "evitar espectadores indesejados em seus estádios". A divulgação do plano coincide com as medidas adotadas nas últimas semanas por autoridades de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo para punir os integrantes das torcidas organizadas responsáveis por atos de violência, incluindo a proibição de entrada nos estádios.

Temor da Fifa é violência de torcidas organizadas

Outras ameaças que concentram a atenção do plano são as organizações criminosas, principalmente os traficantes de drogas, o turismo sexual, a exploração sexual de menores, a criminalidade nas fronteiras, as organizações extremistas e terroristas de outros países, a falsificação de entradas, a pirataria, os crimes cibernéticos e até os possíveis desastres naturais. Segundo o documento, os três pilares do plano são as ameaças externas, as ameaças internas e a proteção dos portos, aeroportos e fronteiras. Quanto às ameaças externas, o texto cita as medidas de cooperação internacional já adotadas para evitar a entrada no país de pessoas, materiais ou capitais que possam ameaçar a segurança durante o Mundial, entre as quais um acordo com a Interpol para melhorar o acesso às informações criminais emitidas pelos 188 países que integram a organização.

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O plano destaca a necessidade de integrar as ações dos diferentes organismos de segurança do Brasil, tal como foi feito em eventos como os Jogos Pan-Americanos de 2007, o Carnaval, o Reveillon, e o Rock in Rio. O texto também destaca a necessidade de estabelecer formas de cooperação com as agências de vigilância privada que a Fifa contratará para garantir a segurança dentro dos estádios, algo inédito no Brasil, já que esse papel sempre foi da Polícia.

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"O Brasil ainda não tem tradição com esse modelo integrado de segurança nas instalações esportivas, no qual os órgãos de segurança pública cuidam da cidade e das vias públicas até o portão dos estádios, e as equipes de segurança privada desempenham funções de segurança patrimonial e vigilância dentro do estádio", afirma o documento.