Por: CNTV | Confedera��o Nacional de Vigilantes & Prestadores de Servi�os
Postado: 25/08/2011
Vigilantes ficam sem benefícios e Esalq rescinde contrato com tercerizada
Calote contra vigilantes
 
Há três meses, 240 vigilantes do campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, não recebem seus salários integrais para exercerem a função de cuidar, diariamente, da segurança de arquivos e laboratórios com material de importância nacional. Diante do impasse, o Sindicato dos Vigilantes de Piracicaba, a diretoria da USP e representantes da empresa tercerizada contratrada para o serviço, a Vise, se reuníram nesta quarta-feira (24), em São Paulo, onde decidiram pela rescisão do contrato com a terceirizada.

Além de rescindir o negócio, a universidade vai assumir o pagamento dos benefícios atrasados e garantiu que os trabalhadores terão seus empregos garantidos mesmo com a mudança da empresa prestadora do serviço.

"Nós entramos com um processo para a rescisão do contrato e esperamos que até o final do mês tudo esteja resolvido", explica o diretor administrativo do campus da USP em Piracicaba, Daniel Felipe Camargo Franco.

A polêmica começou h`três meses, quando a Vise não apresentou a documentação exigida pela diretoria da Esalq para fazer a segurança do local e, com isso, a instituição reteve o pagamento à terceirizada. A empresa, por sua vez, não conseguiu arcar com os salários. Para que os empregados não ficassem sem receber, a Esalq acordou com a tercerizada para repassar a verba diretamente para os trabalhadores.

Problemas persistem após acordo

Mas os problemas não foram sanados totalmente com o acordo. Os vigilantes reclamam que não estão recebendo benefícios, como vale-transporte, vale-refeição (VR), ou até mesmo uniformes novos. "Faz dois meses que não recebo o VR. Fica difícil. Esses dias, achei que tinha caído, fui ao supermercado e tive que devolver as compras porque não tinha dinheiro", conta um dos funcinários que não quis se identificar.

Outro, há um mês no emprego, ainda não recebeu nada. "A gente tenta falar com os responsáveis da empresa e ninguém nos informa. Não sei o que fazer, tenho filho para sustentar", conta. Férias vencidas também estão atrasadas, como afirma mais um vigilante. "O coordenador pediu que eu e mais um saíssemos de férias. Ficamos vinte dias e mandaram voltar, dizendo que vão abonar os dias. Já não estou entendendo mais nada".

Ausência

Segundo os vigias, alguns colegas de trabalho não tem ido trabalhar por conta de não ter como pagar o transporte. Com isso, os funcionários que seguem no trabalho ficam sobrecarregados. "Fica impossível. Além de não receber direito, ainda temos que fazer o trabalho de dois ou mais", afirma um dos seguranças.

Outro lado

O diretor administrativo disse que estes benefícios atrasados ainda não foram acertados pela USP porque a tercerizada precisa autorizar que o dinheiro retido seja utilizado para estes fins, assim como fez para o pagamento dos salários. "Agora a tercerizada vai entrar com um pedido para que repassemos diretamente para os funcionários o valor dos benefícios", afirma o diretor.

O EP Piracicaba entrou em contato com a Vise, que afirmou ter tido problemas para pagar as faturas e, por isso, firmou o acordo para a universidade repassar os salários diretamente para os vigilantes. A empresa não comentou a razão de não ter entregue a documentação à Esalq, episódio que desencadeou todos os problemas.