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Os gastos médios mensais das famílias brasileiras voltaram a ultrapassar a renda média do mês, o que não ocorria desde 2005. No ano passado, a renda média familiar mensal foi de R$ 2.146 (alta de 13%), ante gasto médio de R$ 2.171 (alta de 16%), estimulado pelo excesso de oferta ao crédito. Esse supercomprometimento afeta 53% das famílias de todas as classes e leva a um endividamento médio de 1%, segundo dados da pesquisa Tendências do Consumidor, encomendada pela Apas (Associação Paulista de Supermercados). Segundo a Kantar WorldPanel, nas regiões Norte e Nordeste, renda e gasto cresceram em ritmo maior, 20% (para R$ 1.808) e 21% (para R$ 1.818), respectivamente. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, o nível de endividamento foi bem maior: 16%. Se a renda cresceu 18%, o gasto subiu 26%. A entidade, contudo, acredita que as famílias vão reequilibrar seus gastos e que as medidas de restrição ao crédito do Banco Central irão esfriar um pouco o consumo, que seguirá crescendo, mas em um ritmo menor. "O valor de 1% [de endividamento] é facilmente ajustável", disse o presidente da Apas, João Galassi. Para 2011, a Apas estima crescimento de 10% nos gastos médios (para R$ 2.388), ante alta de 12% da renda média (para R$ 2.403). Os gastos das classes D e E apresentaram crescimento de 16%, superando o das classes A,B e C (13%). Esse bom desempenho foi puxado pelo consumo de leite em pó, absorvente, creme de leite, cremes e loções e temperos. Levando em conta os gastos de todas as classes, os maiores pesos no orçamento familiar foram alimentação em casa (18,1%), habitação (13,5%) e transporte (13,7%). A pesquisa nacional, apresentada ontem no 27º congresso da entidade, foi realizada com amostra de 8.200 lares, ou 27 mil pessoas. |