Por: CNTV | Confedera��o Nacional de Vigilantes & Prestadores de Servi�os
Postado: 06/05/2011
Patrões mais dispostos a dar aumentos
Trabalho e Emprego
 

As chances de os trabalhadores ganharem aumentos salariais estão mais altas este ano. Segundo pesquisa realizada pela consultoria Grant Thornton, 85% dos empresários brasileiros pretendem dar reajuste (15% a mais do que em 2010). Do total, 19% serão acima da inflação. O estudo considera tanto os reajustes voluntários quanto os conseguidos por meio dos sindicatos.

“Com a economia aquecida, não há muitos desempregados no mercado. O que torna mais difícil a contratação de novos colaboradores. Desta forma, as empresas estão procurando reter seus funcionários por meio de políticas de benefícios e aumento de salário”, diz o presidente da Grant Thornton Brasil, Jobelino Locateli.

Para Clemente Ganz, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o ponto forte da pesquisa é justamente o fato de a intenção dos aumentos salariais partir dos empresários. “O relevante é que o mercado brasileiro tem valorizado o trabalhador. Mesmo em um momento de aceleração da inflação.”

A inflação (IPCA) acumulada no primeiro trimestre de 2011 foi 2,44% e a meta para o ano é de 4,5%, porém a pressão dos preços coloca esse objetivo em risco. Para especialistas o cenário pode tornar inviável que os reajustes superem o índice.
“Isso significa que os empresários podem conceder reajustes, mas nem todos superarão a inflação”, afirma Ganz.

Mas segundo Ivan Carlos Witt, presidente da Steer Recursos Humanos,19% (de empresários que, de fato, pretendem superar o índice no reajuste) é um número representativo e a fase é de otimismo.

“A porcentagem dos empresários que pretendem dar reajustes maiores está de acordo com o cenário econômico em que vivemos. Mesmo assim, um reajuste de acordo com a inflação já é um belo aumento”, diz o presidente da Steer Recursos Humanos.

O empresário Luiz Rubião, diretor da empresa de engenharia e software Radix, já concedeu aumentos salariais este ano, principalmente, por causa da competitividade entre as companhias pelo profissional qualificado.

“Atualmente há uma competição muito maior entre as empresas por determinado tipo de profissional. Já oferecemos aumentos, alguns acima da inflação, para reter funcionários”, afirma Rubião. “Acreditamos que é melhor investir no profissional e agora estamos ainda mais ligados nisso”, acrescenta ele.

As negociações entre sindicatos e empresas também têm sido mais fáceis. “O profissional está sendo disputado. É uma boa época para os trabalhadores negociarem e os sindicatos devem aproveitar esse momento”, diz o secretário-geral da Força Sindical, José Carlos Gonçalves, o Juruna.

O destaque das negociações neste ano, diz Juruna, foi a construção civil de São Paulo, que teve reajuste de 9,75% (o aumento real, descontada a inflação dos últimos 12 meses, é de 3,5%).

“Nos 34 anos que trabalho na área, é a primeira vez que vejo um reajuste satisfatório. Os patrões têm dado mais valor e o sindicato conseguiu o que queria”, opina o encarregado de obra, Manoel dos Santos.