Por: CNTV | Confedera��o Nacional de Vigilantes & Prestadores de Servi�os
Postado: 07/12/2010
200 mil vigias estão na clandestinidade no RS
Segurança clandestina
 


O medo da criminalidade fez surgir, nas últimas duas décadas, um exército paralelo de segurança privada. A quantidade estimada, no Estado, é de cerca de 300 mil, 10 vezes mais do que o quadro da Brigada Militar.

Mas praticamente dois terços – 202,3 mil – desses profissionais não têm qualquer preparação, atuam sem controle e trabalham na clandestinidade.

– Quem contrata um vigilante clandestino compra uma segurança que não existe. E corre o risco de estar colocando um bandido dentro de casa – reconhece o presidente do sindicato da categoria da Capital (Sindi-Vigilantes), Evandro Vargas dos Santos.

Oficialmente, são 97,7 mil vigilantes aptos a exercer a profissão no Rio Grande do Sul – 14 mil deles em Porto Alegre. São profissionais que fizeram o curso de 15 dias, ministrado em escolas conveniadas pela Polícia Federal.

– De forma alguma, o Estado pode abrir mão do trabalho de segurança pública. A preparação de um soldado demora 10 meses, e a de um segurança, 15 dias. Se for um segurança clandestino, então, nem se fala – argumenta o responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Antero Batista.

Em um estudo apresentado pelo Sindi-Vigilantes, 68% dos soldados e sargentos da Brigada fazem algum tipo de trabalho extra. O coronel disse desconhecer tais dados.

O salário de cerca de R$ 1 mil, aliado ao status de poder que a função passa a alguns, leva muitos a tentar uma vaga como segurança. Mas o presidente do sindicato avisa: – Está sobrando segurança no mercado, nem todos estão empregados. Até porque os clandestinos, que não pagam qualquer tipo de tributo, cobram mais barato. Isso sem falar nos PMs que fazem bico – diz Evandro Vargas dos Santos. Por mais bem-intencionados que sejam, os seguranças clandestinos sabem que não podem exercer a profissão. Aos 58 anos, um vigia noturno (ele pediu para ter o nome preservado) que trabalha na zona sul da Capital admite: diz que a empresa para a qual trabalha pertence a um policial militar. São 12 horas por dia, e a cada três dias de trabalho, recebe um de folga. Ele garante trabalhar sem arma de fogo, mas admite usar cassetete, de uso exclusivo para policiais. O artefato fica na guarita.